Entre os passarinhos que, com seus gorjeios e
trinados, alegram-nos os lares, nenhum há mais popular que o canário. É a linda
avezinha tão pouco exigente na alimentação e nos cuidados, a ponto de ser
mínimo o lapso de tempo empregado em seu simples tratamento. Em compensação
desse pequeno trabalho, ele nos delicia os ouvidos com seus belos cantos.
Facilmente adaptável à vida de prisioneiro o canário se faz logo manso, coisa
que não acontece com os outros pássaros, quando são caçados e postos em gaiolas
e, ainda mais, ou melhor, o que é tudo, aninha sem mais rodeios e reproduz em
viveiros. Nisso tudo vai a imensa estima e popularidade em que é tido o
encantador passarinho. Os canários têm sido domesticados há séculos e, pode-se
dizer, onde vai a civilização também vão eles. Em toda a Europa, na Ásia e
pode-se dizer em todo o mundo, assim bem como em nosso país existem milhares de
canários reprodutores e muitas sociedades destinadas à criação e
aperfeiçoamento da raça. Vários jornais e revistas se editam em alguns países,
ocupando-se exclusivamente de pássaros de gaiolas e, nas grandes cidades há,
anualmente, exposições dos melhores produtos.
Parece que os canários se aclimatam bem por toda a
parte, desde que se os não exponha aos rigores do tempo. Quando já estão
habituados, eles são capazes de suportar surpreendentes graus de frio, onde,
talvez, outros pássaros sucumbissem. Não é coisa rara na Inglaterra, vê-los
sadiamente em viveiros externos, durante o ano inteiro.
ALIMENTAÇÃO
Como dissemos linhas atrás, são simples as
exigências alimentares do canário. Alpiste a que tem sido acrescentadas algumas
sementes de nabiça e um bocadinho de cânhamo, eis uma ração principal que, quem
possui apenas alguns pássaros geralmente compra já misturada. Além da ração de
sementes, também dá-se aos canários alguma verdura, especialmente a couve,
muita couve, colocando as folhas entre as varetas da gaiola.
Consoante a estação, esse cardápio pode ser
alterado, fornecendo-se aos canários ora uns biscoitinhos ora alguma fruta
fresca, agora algum "pé de galinha", mais tarde, um bocado de alface.
Principalmente na primavera e no começo do verão, os agriões, a aveia silvestre,
as diversas espécies de grama, são aconselháveis. Também é muito bom o pão
molhado em leite a escaldar, dado frio e por intervalos. As comidinhas
delicadas não devem ser ministradas aos canários demasiadamente úmidas. Tudo
quanto for alimentação úmida deve ser dado rigorosamente fresco e limpo, pois
em caso contrário adoecerão as avezinhas. Siba também nunca deve faltar nas
gaiolas e nos viveiros de canários. O cânhamo, conquanto um bom auxiliar da
ração, não deve ser dado em excesso, porque engorda e pode tornar os canários
tão moleirões, a ponto de pararem de cantar e, casos excepcionais, chegarem
mesmo a morrer.
BANHOS -
Normalmente, a maior parte dos pássaros toma banho todos os dias, pelo que se
deve furtar aos passarinhos cativos a mesma oportunidade. Nas gaiolas abertas,
usadas comumente para passarinhos de canto, para que eles se banhem à vontade
retira-se o fundo das mesmas, colocando-as sobre uma vasilha que contenha água.
Quando as gaiolas são abertas na frente e não possuam fundo móvel, costuma-se
ajustar-lhes à porta aberta pequenas gaiolas-banheiros. Tais gaiolinhas,
enquanto tenham apelas algumas polegadas de largura comportam sempre um prato
para água. Muitos jamais viram banho e, mesmo que se lhes ofereça algum banho
e, mesmo que lhes ofereça algum não sabem para que serve. Quase sempre o hábito
de renovar-se a ração de alpiste e a água de beber, faz provocar nos pássaros
engaiolados o desejo de tomar banho; não se lhes dando eles procurarão
arranjar-se com a pouca da água que lhes puserem para beber. Quando algum
passarinho teimar em não tomar banho, ponha-se no fundo do prato-banheiro
alguma areia limpa e ele não resistirá mais. Após as abluções, escorre-se toda
água, indo a areia, ainda dentro do prato, enxugar, a fim de servir para mais
vezes. Durante a muda, o pássaro não deverá banhar-se mais que duas vezes na
semana. A canária não poderá banhar-se desde o dia da eclosão dos ovos até que
os filhotes tenham três ou quatro dias de idade.
CRIAÇÃO - Para
canários, no Brasil, a época de reprodução começa propriamente a 15 de Julho.
Há amadores que conservam os casais durante o ano inteiro: a prática aconselha
porém, ter os sexos separados, exceto quando em reprodução. Quando vai se
aproximando o tempo de procriação, os canários cantam vigorosamente, com
gorjeios demorados e altos, e tornando-se impacientes, muito ativos. As
canárias - até então indiferentes, respondem com umas chamadinhas altas, batem
as asinhas e demonstram, por todos os modos seu interesse. Reúnem-se os
casais sem ser preciso o aparecimento de tais indícios mas, geralmente, isso
serve apenas para prolongar o tempo de procriação, não advindo daí nenhum
resultado prático. Quando se fizer mister, o instinto de reprodução deve ser
excitado pela junção de ovos e verdura à ração comum. Havendo oportunidade, os
canários engaiolados são polígamos, pelo que muitos criadores colocam duas e
até mesmo três canárias para um só companheiro. Outros, mais acertadamente,
mantém seus canários aos pares, não só por ser mais fácil de lidar com eles,
como ainda porque nascidos os filhotes, também os machos auxiliarão as canárias
nos cuidados dos primeiros tempos. Quando houver bigamia, o canário deve ser
posto em uma gaiola dividida por corrediças em três compartimentos. O macho
fica no aposento do meio, indo uma canária para cada lado. Durante meio dia o
sultão satisfará a uma das companheiras indo, na outra metade do dia, ficar com
a outra. Com esta disposição, haverá em cada aposento a indispensável ração
completa. Começando as canárias a incubar, o macho entra logo em
disponibilidade. Para um casal somente, fabricam-se gaiolas, tendo uma divisão
de arame corrediça. Colocam-se cada qual em seu compartimento, deixando-se que
travem relações. O macho começará logo a dar de comer à canária, através das
grades, isso ao cabo de um ou dois dias ou, talvez mesmo, à primeira vista.
Observadas as boas relações, move-se a corrediça, ficando o casal à vontade.
parte da monografia norte-americana.\http://www.ao.com.br/m_ccanan.htm
parte da monografia norte-americana.\http://www.ao.com.br/m_ccanan.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário